Será a verdade a mais pura das mentiras? Ou será que a mentira é fruto de uma verdade? Ou simplesmente será que a mentira e a verdade são complementares? Será que são as mentiras da verdade ou a verdade das mentiras o fruto de tantas quezílias nos relacionamentos?
Os casais atravessam muitas vezes caminhos que não deveriam suportar. São trilhos pesados e que deixam marcas. A incerteza num relacionamento é uma das principais causas de mal-estar e desagrado entre os amantes.
E vem isto a propósito de quê? Da desconfiança gerada por dúvidas, incertezas e mal-entendidos.
Acções e resistências abalam a comodidade dos que se amam. Uma simples troca de olhares, um juízo mal elaborado, ou uma mensagem obscura podem danificar a relação para sempre. Poderá o amor plangente superar todas estas contrariedades?
Eu não creio, como tal, deixo o apelo para que antes de se gerar desconfiança, um esclarecimento é mais bem intencionado. Antes de mentir, devemos esclarecer com a verdade. E antes da verdade, devemos falar com o coração, porque esse, embora muitas vezes reprimido por vontades lascivas, é sempre sincero, cordial, repeitador.
4 Divergências:
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Sónia Costa disse...
Ora cá está mais um tema problemático...
A mentira e a desconfiança são dois grandes motivos para o desabamento de uma qualquer relação, seja ela entre o casal, os amigos, a família, colegas de trabalho... A verdade nunca é uma mentira. A verdade pode fazer doer, pode estragar um plano, pode fazer-nos questionar valores, mas é a pura verdade. A mentira também não é fruto da verdade. Nós é que, não aceitando ou não querendo revelar a verdade, a tapamos com uma mentira. Ou com duas mentiras...Ou com três ou quatro ou dezenas ou centenas... Porque a mentira é um ciclo vicioso em que se verificam duas hipóteses: ou não tem fim e a vida passa a ser uma farsa autêntica; ou alguém descobre a verdade e...e depois?
Uma mentirazinha sem importância pode terminar num grande problema.
Sempre ouvi dizer que se apanha mais depressa um mentiroso que um coxo.
Quando falas aqui no coração tens toda a razão Hèlder. Por muito magoado que esteja o coração, ele nunca nos mente. è sempre sincero connosco, mesmo que a verdade nos magoe. Mas são as mágoas do coração que nos tornam mais fortes e mais corajosos.
quinta-feira, outubro 11, 2007 12:25:00 PM
Anônimo disse...
"Se desconfiarmos que alguém mente, finjamos crença: ele há-de tornar-se ousado, mentirá com mais vigor, sendo desmascarado. Por outro lado, ao notarmos a revelação parcial de uma verdade que queria ocultar, finjamos não acreditar, pois assim, provocado pela contradição, fará avançar toda a rectaguarda da verdade. "
Arthur Schopenhauer (1788-1860)
Todas as histórias tem três versões: - a minha, a tua e a verdadeira. A única que interessa é a verdadeira. Aliás, é a única que existe. As outras não são "factos", são "versões".
quinta-feira, outubro 11, 2007 6:09:00 PM
Sónia Costa disse...
Hélio, deixa-me dizer-te que esse excerto que nos deixaste assenta como uma luva no tema.
E isso das três versões está inteligentemente pensado.
Obrigada pela tua contribuição!
sexta-feira, outubro 12, 2007 10:34:00 AM
P.B. disse...
A desconfiança pode surgir, não só na relação amorosa de um casal, mas também nas relações de amizade que vamos construindo durante a nossa vida!
Quando a desconfiança surge a relação desaba, deixa de haver relação, porque é impossivel relacionarmos com alguém em quem não confiamos...
Não há amor que resista à falta de confiança!
segunda-feira, outubro 15, 2007 4:13:00 PM